quinta-feira, 16 de junho de 2011

A Ditadura da Mídia por Altamiro Borges.


O livro do camarada Altamiro Borges A Ditadura da Mídia é diferente tanto na sua linguagem (simples e direta) quanto no seu conteúdo, que sob meu ponto de vista serve para desnudar o controle da grande mídia no Brasil e no Mundo. Apresenta um quadro paradoxal em relação aos meios de comunicação.

Lançado em 2009 pela editora Anita Garibaldi, pouco mais de 10 mil exemplares, esta sintética e poderosa obra (dividida em cinco capítulos e mais os anexos) transforma-se no instrumento atualizado para a compreensão do papel da mídia, historicamente em nosso país, bem como a forte contração do poder neste setor e os novos ventos da mudança com a democratização (ou a luta pela) da mídia e das comunicações no Brasil.

 No Brasil, segundo Altamiro Borges, a mídia é controlada por meia dúzia de famílias. É o que o autor chama de “hegemonia paradoxal”, pois ao mesmo tempo a mídia nunca foi tão poderosa, em seu processo de avanço tecnológico, concentração e monopólio, por outro lado, segundo o próprio Miro, nunca a mídia hegemônica sofreu tantos questionamentos da sociedade.


A Ditadura da Mídia utiliza-se do marxismo enquanto arcabouço teórico-metodológico. Envereda nas concepções desenvolvidas por Grasmci a respeito de hegemonia. Torna-se por isso mesmo, um importante instrumento de apoio para a construção de uma comunicação mais democrática em nosso país.


O desafio já exposto no Prefácio da obra é vencer a dificuldade histórica do Brasil em compreender a mídia como um poder e a comunicação como direito. Conforme o próprio Altamiro, a mídia hegemônica se tornou nos últimos anos o “partido do capital”, expressão que o autor toma de empréstimo à Grasmci.


Miro, (se me permite a intimidade, camarada) modestamente defende sua obra não  como fruto da academia, sim (o mais importante) como uma obra de denúncia política frente ao já supracitado paradoxo da mídia hegemônica. Permita-me camarada Miro, citar você para você mesmo: “O Livro A Ditadura da Mídia tem como modesto objetivo contribuir para este debate. (...)  visa desmascarar o nefasto poder da mídia hegemônica e formular propostas para a democratização dos meios de comunicação” (p. 14).


Significativa é a visão de conjuntura do autor ao relacionar este movimento de democratização da mídia com os partidos de esquerda e os movimentos sociais. Miro acrescenta: “Aos poucos, os partidos de esquerda e os movimentos sociais percebem que esta luta estratégica exige o reforço dos veículos alternativos.” (p. 14)


Mas como brilhantemente lembra o próprio Miro, citando Gramsci e o seu famoso Cadernos do cárcere “ (...) velho está morrendo e o novo apenas acaba de nascer. Neste interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece.


Em outra oportunidade irei discutir um dos capítulos que mais chamou minha atenção no livro: Capítulo IV: De Getúlio a Lula, histórias da manipulação da imprensa." 

Nenhum comentário:

Postar um comentário