quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A (in)segurança nas Escolas




Em reportagem recente (27/08/12) o jornal Diário do Amazonas afirmou que nove entre dez estudantes ouvidos pela reportagem afirmaram que já foram vítimas ou presenciaram roubos nas principais vidas do centro da cidade, nos horários de pico. Estamos falando de horários de pico, portanto de bastante movimentação e nas áreas centrais e principais vias da cidade. O que dizer das zonas mais afastadas da cidade?

No dia 28/08/12 o Jornal Acrítica noticiou que uma criança de seis anos de idade desapareceu da porta da escola Municipal Álvaro Botelho Maia, no bairro Cidade de Deus no dia 27/08/12.

A escola que era para ser um local seguro e apropriado para a aprendizagem agora é o espaço da violência e do medo, fruto da omissão da atual administração municipal que teima em negligenciar os apelos da comunidade por maior atenção aos alunos e professores.

Desde 2011, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) tomou decisão bastante controversa: retirar das escolas municipais os vigilantes. Qual o objetivo? Cortas gastos com pessoal. E a justificativa? Um novo sistema de monitoramento a partir de câmeras, capaz de suprir, o que já era solução paliativa: a presença (ou ausência) de segurança terceirizada nas escolas municipais.

Somadas as denúncias referentes ao atraso de mais de seis meses no repasse dos salários dos trabalhadores que prestavam o serviço de monitoramento nas escolas demonstra a completa negligência da atual administração com a segurança dos alunos e com o patrimônio público.

A dispensa dos vigilantes e o atraso nos salários foram amplamente noticiados pelos grandes meios de comunicação, entretanto o que ficou a margem da discussão foi a falta de segurança que passou a imperar tanto nas imediações quando no interior das escolas.

A tribuna popular da Câmara Municipal de Manaus foi palco das denúncias a respeito da indignação que os trabalhadores da categoria dos vigilantes que se sentiram traídos pela atual administração que havia se comprometido em instalar câmeras nas escolas como reforço da segurança dos alunos.

Mais de dois mil vigilantes foram retirados das escolas e após este fato perguntamo-nos qual a melhoria a respeito dos índices de violência ou do impacto positivo de tal medida tomada de maneira unilateral?

Entendemos que a administração pública deve zelar pelo maior patrimônio: as vidas humanas, principalmente de vidas das crianças. Nós professores, não somos contra as câmeras de monitoramento, porém a retirada de vigilantes das escolas é um prejuízo que está sendo pago pela própria sociedade, com o aumento constante de denúncias ao sindicato a respeito da crescente violência que vem tomando conta das escolas da cidade.

Nos posicionamos claramente a favor de funcionários capazes de proporcionar aos nossos alunos e alunas mais segurança e principalmente adequação destes trabalhadores as suas funções: a proteção a vida.

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